O TikTok vai acabar com as redes sociais?

Redação Ecomunica

03 Fevereiro 2023
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Depois que o TikTok consolidou um novo tipo de linguagem, com vídeos cada vez mais curtos, ágeis e engraçadinhos, a sensação é, realmente, de que o mundo ficou mais veloz. Isso porque a paciência das novas gerações para consumir conteúdos longos vem diminuindo a cada novo vídeo, aumentando o desafio para a construção de estratégia de conteúdo e campanhas, principalmente quando o foco é o público da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010).

Basta ver o resultado do estudo Attention in Context, lançado em agosto de 2022 em uma parceria entre Yahoo, OMD Worldwide e Amplified Intelligence, mostrando que a Geração Z perde a atenção ativa para os anúncios após apenas 1,3 segundos – menos tempo do que qualquer outra faixa etária.

giphy sroll tiktok

Segundo uma outra pesquisa, realizada pela GWI e focada em comportamento de consumo, os vídeos curtos de até 4 minutos já são os mais assistidos por todas as gerações, incluindo os baby boomers, que nasceram entre 1946-1964.

E, de acordo com um recente estudo da Data.AI, nos smartphones com tecnologia Android, os usuários já gastam praticamente o dobro do tempo no TikTok em comparação com o tempo de tela  no Instagram. A média  mensal que os usuários globais gastaram usando o app chinês em 2022 foi de 23,5 horas. Já no app norte-americano, a média é de 12 horas. A pesquisa também mostra que, pela primeira vez, o TikTok ultrapassou o YouTube (23,1 horas) em tempo de retenção mensal de usuários.

Não à toa, outras plataformas passaram a repensar como tornar “a sua grama ainda mais verde” - e de forma rápida. O YouTube, por exemplo, criou o “Shorts” como antídoto de atração para quem busca por conteúdos curtos. Já o Instagram tem aumentado significativamente o alcance dos Reels e testando recursos de recomendação de conteúdos, tornando a rede cada vez mais mais “TikTokizada”.

O que o fim das redes tem a ver com isso?

A tendência de toda rede social se “TikTokizar” não seria nada demais se não fosse o fato de que o TikTok não se considera uma rede social.

Conceitualmente, uma rede social é feita para que a gente acompanhe pessoas de quem a gente conhece ou admira. Mas isso não necessariamente acontece no TikTok. Por lá, o algoritmo mostra no feed diversos vídeos de qualquer pessoa que produza conteúdo na rede, levando em consideração os gostos pessoais do espectador, independentemente de seguir ou não o autor do vídeo. Por isso, o TikTok se considera uma plataforma de vídeos curtos, que atua como uma poderosa ferramenta de recomendação.

Diante desse cenário, será que chegamos ao fim da era das redes sociais? É o que questiona Scott Rosenberg, editor-chefe de tecnologia do site de notícias estadunidense Axios, em recente artigo.

A consequência de tudo isso é que entramos na “era da recomendação”, na qual consumimos cada vez mais conteúdos que o algoritmo acha que vamos gostar. Mas também é a era da “ansiedade algorítmica", na qual as pessoas criam conteúdo para “agradar” as plataformas e pensam: "Será que estou vendo e consumindo o que gosto, ou o que me manipulam a gostar?”.

Neste outro blogpost, a gente reflete como essa TikTokização (insustentável) do ser está moldando nosso comportamento e até a nossa cultura.

O próximo passo do viral

Depois de ganhar o coração dos usuários, o TikTok quer se aventurar em novos negócios, provando que  a plataforma está atenta e na  busca de novos modelos que possam garantir solidez em um universo onde tudo parece efêmero demais. Assim, a rede de vídeos tem ambições de mergulhar no comércio eletrônico, aumentando seu volume bruto de mercadorias de e-commerce em US$ 23 bilhões em 2023.

E os testes para esse fim já estão acontecendo desde agosto de 2021, quando a ByteDance, dona do TikTok, expandiu um acordo com a empresa de comércio eletrônico Shopify para lançar o TikTok Shopping nos EUA, no Reino Unido e no Canadá. E, no fim de 2021, a empresa já fazia testes para a venda de produtos com as cantoras Billie Eilish e Lizzo, vinculando a conta delas no aplicativo a uma página de comércio para promover uma pré-encomenda de lançamento.

Um porta-voz do TikTok disse à mídia chinesa LatePost que a plataforma planeja antecipar a implementação de seu e-commerce no mercado brasileiro, do segundo semestre de 2023 para o início desse ano. O relatório acrescentou que Huang Yuanjian, ex-chefe de produtos de internacionalização da gigante DiDi Chuxing, dona da 99 e maior app de transporte da China, será responsável pelas operações de marketing do comércio eletrônico TikTok no Brasil.

Com 1 bilhão de usuários ativos em 2022, o TikTok não quer parar. E, tendo em vista que seus concorrentes da Meta já operam com mais de 2 bilhões de usuários (Facebook tem 2,96 bilhões de usuários ativos globalmente; Instagram e WhatsApp têm 2 bilhões cada), o potencial de crescimento do TikTok é gigante. E diante de tanto sucesso, não dá para duvidar que eles vão conseguir.

Tendência para o futuro da comunicação

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